O disco intervertebral consiste naquilo que chamamos de cartilagem “forte” que se encontra entre cada uma das vértebras da coluna. É formado por vários anéis concêntricos fortes, semelhantes aos de uma árvore ou de um pneu com várias camadas. Dentro do disco encontra-se o núcleo, uma substância gelatinosa localizada no centro do disco que suporta todo o peso acima de si quando o indivíduo se levanta. Os discos são formados por aproximadamente 70% de água, pelo que se devem manter hidratados. Quando desidratam, as paredes ou os anéis dos discos tornam-se mais frágeis, podendo formar aberturas. O material tipo “gelatina” que se encontra no núcleo é então pressionado através dessas aberturas, fazendo com que o disco forme uma protuberância na direção das aberturas. Esta protuberância (protusão) causa pressão nos nervos e/ou na medula espinal que se encontram ao nível do disco.
Estudos demonstraram que aproximadamente 33% da população humana apresenta Protusão Discal na sua coluna de uma forma assintomática. Os sintomas mais comuns dependem do nível em que se encontra a protusão discal. Por exemplo, no pescoço, uma protusão discal pode causar dor, choques, dormência e formigueiro nos ombros, braços e mãos. Na lombar, estes sintomas podem ser experienciados na anca, nas pernas e nos pés. A maioria das pessoas conhecem o termo “ciática”, que é normalmente causado por uma protusão discal no nervo ciático da lombar e da perna.
Uma protusão discal pode ser causada por uma lesão traumática como uma queda ou um acidente. Comumente, as protusões discais são o resultado de um desalinhamento vertebral e má postura, assim como hábitos de levantamento ao longo dos anos. A perda da função e do alinhamento causa a desidratação dos discos durante vários anos. Isto causa uma diminuição da forma dos anéis dos discos, e o gel começa a protuberar. É geralmente causado por algo tão simples quanto curvar para lavar os dentes, levantar um objeto do chão, lavar a loiça ou simplesmente sentar num sofá com pouco suporte.
É importante que uma protusão discal seja corretamente diagnosticada por um especialista da coluna. Um diagnóstico adicional pode ser realizado através de imagens especializadas, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, que permitem a visualização do material do disco (da mesma forma que um raio X permite verificar os ossos). Assim que o diagnóstico esteja completo, podem ser utilizadas técnicas para restaurar o alinhamento e a funcionalidade da coluna, o que pode diminuir a protusão. Se necessário, um tratamento denominado “descompressão” pode ser utilizado para retirar diretamente a pressão do disco e permitir que o núcleo volte à sua posição normal. Isto permite que o disco cicatrize corretamente. Em casos severos, em que a protusão se torna muito grande ou “herniada”, podem ser indicadas intervenções cirúrgicas, mas só devem ser realizadas em último recurso. O tratamento mais comum consiste em eliminar a sintomatologia através de medicamentos para a dor e relaxantes musculares. Acreditamos que a correção mecânica deva ser a primeira abordagem, seguida da medicação e, por ultimo, da cirurgia APENAS se absolutamente necessário.
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